componentes do grupo

Componentes com junção dos grupos 2 e 6: Ana Elisa Souza Carao, Andressa Rodrigues, David Felberg, Poliana Trindade Linhares, Maressa Fernandes Valentim Vidal, Rodrigo Rodrigues Hortelan e Thatianne Trajano Da Silva

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Morre aos 83 anos a intelectual Rose Marie Muraro.

Morre aos 83 anos a intelectual Rose Marie Muraro.
por Andressa Rodrigues  e Ana Elisa Carao
Com um câncer na medula óssea, a escritora e editora, uma das líderes do movimento feminista no Brasil, não resistiu a problemas respiratórios na manhã deste sábado
POR O GLOBO

RIO — Uma das maiores representantes do movimento feminista no Brasil, Rose Marie Muraro morreu, na manhã deste sábado, aos 83 anos, em consequência de problemas respiratórios. Ela tinha câncer na medula óssea há cerca de 10 anos e, desde o dia 12 deste mês, estava na CTI do Hospital São Lucas, em Copacabana. No dia 15, entrou em coma e acabou acometida por uma infecção. A cremação está marcada para as 16h no Memorial do Carmo, no Caju.
Rose Marie aprendeu desde cedo a lutar contra as dificuldades, físicas e sociais, com força. Nasceu praticamente cega, e somente aos 66 anos conseguiu recuperar parcialmente a visão com uma cirurgia. Estudou Física, foi escritora e editora de livros, assumindo a responsabilidade por publicações polêmicas e contestadoras.
Ao longo da vida, escreveu 44 livros — como "Os seis meses em que fui homem" (1993), "Por que nada satisfaz as mulheres e os homens não as entendem" (2003) — que venderam mais de 1 milhão de exemplares. Em 1999, ela contou sua história na autobiografia "Memórias de uma mulher impossível".
Em longa carreira como editora, Rose Marie 1.600 livros na editora Vozes e, mais tarde, na Rosa dos Tempos (filiada à editora Record).
Amigo pessoal, o teólogo Leonardo Boff trabalhou ao lado de Rose Marie entre os anos 1970 e 1984, na editora Vozes, de onde foram afastados de seus cargos pelo Vaticano. Para Boff, Rose Marie estabeleceu inovações analíticas "sem precedentes" sobre o estudo da mulher. Parte significativa de seus estudos foram reunidos no livro "Sexualidade da mulher brasileira: corpo e classe social no Brasil" (1996), considerado um clássico.
— Ela introduziu a questão da classe social no estudo de gênero, ela foi a primeira mulher a estudar de forma sistemática a sexualidade da mulher brasileira a partir da situação ou classe social — diz Boff. — Ela inaugurou esse discurso, nem Freud ou qualquer analista europeu atingiram esse ponto. Tudo isso foi resultado de uma ampla e minuciosa pesquisa de campo.
Juntos, Rose Marie e Boff assinaram, em 2002, o livro "Masculino / Feminino", onde investigaram juntos a relação entre os gêneros.
— A Rose elevou a questão do gênero a um novo patamar, pois não considerava o masculino e o feminino como realidades que se contrapõem, mas como instâncias fundamentais, onde cada um é completo em si mas voltado para o outro, numa relação de reciprocidade e construção conjunta — diz.
Em trecho do documentário "Memórias de uma mulher impossível", lançado em 2009 por Marcia Derraik (veja abaixo), Rose Marie explica: "O assunto mulher era um assunto sem importância para os militares e para a sociedade como um todo. O pessoal não sabia da existência do feminino. Ah, essa daí lida com mulher, essa daí não é perigosa, tem filhos pequenos, só tá na igreja, então essa daí não vamos perseguir. Já nos anos 60 eu dizia: eu também quero pôr fogo no mundo. Fui pôr fogo no mundo, fui ser editora. E eu vi que eram os livros que punham fogo no mundo".
— Minha mãe lutou a vida toda por um mundo mais justo. E ela consegui fazer uma revolução por meio da literatura, o que é muito bonito. Foram muitas conquistas, e isso nos deixa muito orgulhosos — afirma uma de suas filhas, Tônia Gebara Muraro.
Segundo Tônia, graças aos esforços de sua mãe, será aberta em breve no Rio a primeira biblioteca especializada em estudos de gênero do Brasil. O espaço ficará dentro da sede do Instituto Cultural Rose Marie Muraro, que desde 2009 ocupa uma casa na Glória e é dirigido por Tônia.
A escritora e membro da Academia Brasileira de Letras Rosiska Darcy de Oliveira ressaltou sua perseverança em lutar pelo direito das mulheres:
— A Rose foi um grande nome de liderança na luta de todas nós mulheres. Foi, sem dúvida, uma das pessoas mais importantes do movimento feminista, mas levou o feminismo a um campo mais amplo, ao humanismo. A contribuição dela como intelectual e como militante foram enormes. Não é possível destacar uma obra apenas, mas sim o conjunto de sua produção. Além de uma intelectual, como pessoa era uma mulher de coragem, que enfrentou uma série de tabus e desafios — observa Rosiska. — Ela enfrentava uma deficiência visual muito séria, enxergava pouco, mas isso nunca a impediu de fazer nada. Viajava pelo país inteiro para participar de seminários, debates, colóquios, onde sempre usou sua inteligência e poder de convencimento para mudar o modo como pensávamos as coisas. A Rose foi uma pioneira e teve seu reconhecimento como tal.


http://oglobo.globo.com/cultura/morre-aos-83-anos-intelectual-rose-marie-muraro-12957807

CRIMINALIZAÇÃO DOS MOVIMENTOS SOCIAIS

por Maressa Fernandes Valentim Vidal


A criminalização dos movimentos sociais é tema de nova audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) na manhã desta segunda-feira (14). Ao abrir a reunião, que conta com a presença de representantes de trabalhadores e estudantes, o senador Paulo Paim (PT-RS) foi enfático ao criticar qualquer tentativa de restringir os direitos de manifestação e de greve.
Somos totalmente contra qualquer tipo de criminalização dos movimentos sociais. É legítimo o direito de protesto e manifestação como vimos nas jornadas de junho e julho do ano passado - disse Paim, que preside a reunião.
O debate conta com recursos de interatividade. Internautas podem enviar perguntas por meio doPortal e-Cidadania ou pelo Alô-Senado.

 

http://www.cenariomt.com.br/noticia/372012/criminalizacao-dos-movimentos-sociais-novamente-em-debate.html

Publicado Segunda-Feira, 14 de Julho de 2014, às 23:10 | CenárioMT com Agência Senado

Movimentos sociais apresentam reivindicações na reunião do Brics.

por Maressa Fernandes Valentim Vidal

Publicação: 15/07/2014 09:55 Atualização:

A Copa ajudou a dar visibilidade e a promover a unidade de movimentos em torno de pautas conjuntas. “Mesmo que não tenhamos conseguido a mobilização que imaginávamos, tivemos visibilidade. O [movimento] repercutiu na mídia nacional e internacional”, diz a coordenadora-geral do Instituto Políticas Alternativas para o Cone Sul (Pacs), Sandra Quintela, que integra o Comitê Popular da Copa no Rio de Janeiro.
Com o fim da Copa do Mundo neste domingo (13), a agenda de lutas continua. É o que espera Jussara Bastos, integrante da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) de São Paulo. “As pautas da classe trabalhadora nunca terminam. Se se avança na questão habitacional, a conquista abre um leque para outras questões que envolvem a qualidade de vida”, afirma.


terça-feira, 15 de julho de 2014

OS MOVIMENTOS CONTRA O RACISMO

Intervenção contra racismo nas passarelas

por Ana Elisa Souza Carao


Com panos coloridos na cabeça e palhas de aço ao redor do corpo, modelos negras da HDA Modelos desfilaram na Avenida Paulista, principal via de São Paulo, como forma de protesto ao recente desfile feito por Ronaldo Fraga na semana de moda (SPFW). Os looks foram desenvolvidos por Helder Dias, que usou como base a textura da palha de aço.
Na semana de moda mais aclamada do país, o estilista Ronaldo Fraga usou perucas e apliques de palha de aço na cabeça de modelos em desfile na São Paulo Fashion Week, segundo ele tendo o futebol como sua inspiração. A ação de Fraga se tornou alvo de um debate sobre racismo, que ganhou dimensão nas redes sociais.

 Acessado em 08 /07/2014


AS CONQUISTAS DOS MOVIMENTOS NEGROS E SEUS DIREITOS

AS CONQUISTAS DOS MOVIMENTOS NEGROS E SEUS DIREITOS
por Ana Elisa Souza Carao

O crescente êxito da ação coletiva negra tem dependido cada vez mais de sua habilidade para aliar – e a setores da sociedade civil e do Estado, que até pouco tempo atrás conferiam pouca atenção às demandas do movimento. As investidas na esfera pública nacional alteram significativamente as relações entre “raça” e política na sociedade brasileira nos últimos anos. O trânsito de militantes negras e negros no poder executivo, legislativo, o acesso constante ao judiciário, a existência de órgãos públicos destinados exclusivamente às chamadas “políticas de igualdade racial”, o progressivo engajamento de deputados, deputadas, senadores e senadoras negras e negros nas pautas do ativismo sugerem campos de ação jamais vistos na história política brasileira.

Primeira reitora negra de Universidade Federal
A pedagoga Nilma Lino Gomes tomou posse como reitora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), tornando-se assim a primeira mulher negra a ser empossada no cargo de reitor de uma universidade federal brasileira. Nilma Lino Gomes é graduada em pedagogia e mestre em educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), fez doutorado em ciências sociais pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-doutorado em sociologia pela Universidade de Coimbra, em Portugal.

HOMENAGEM A THEODOSINA  RIBEIRO

A Assembleia Legislativa de São Paulo realizou a primeira edição do Prêmio Drª Theodosina Ribeiro.
O prêmio é uma iniciativa da deputada Leci Brandão em parceria com a entidade Elas por Elas – Vozes e ações das mulheres, Geledés – Instituto da Mulher Nezra – e Unaccam – União e Apoio no Combate ao Câncer de Mama.
O objetivo é reconhecer ações de mulheres cujos trabalhos empoderam, impactam e influenciam decisivamente a vida de inumeras mulheres dos grupos vulneraveis e consequentemente, de toda a sociedade. Formada em Folosofia pela Faculdade de Filosafia, Ciencias e Letras da Universidade de Mogi das Cruzes, Theodosina Rosario Ribeiro foi a primeira vereadora negra da Camara Municipal de São Paulo, sendo eleita em 1970 com a segunda maior votação daquele pleito.
Em 1974, foi eleita a primeira deputada negra da Assembleia Legislativa do Estado, onde ocupou também o cargo de vice – presidente. Hoje, Theodosina se tornou uma referência para negras e negros, deixando um legado de politicas e ações voltadas à sociedade  civil brasileira.

http://racabrasil.uol.com.br/cultura-gente/178/negros-em-movimento-288533-1.asp/ Acessado em 08 /07/2014

Assistente social é agredida por travesti dentro de unidade de saúde em Vitória Folha Vitória




Vitória, 14 de Julho de 2014
Polícia
10/06/2014 às 14h26 - Atualizado em 10/06/2014 às 14h26

Assistente social é agredida por travesti dentro de unidade de saúde em Vitória
por Ana Elisa Souza Carao
Folha Vitória 
Redação Folha Vitória

A funcionária registrou o boletim de ocorrência na delegacia e abandonou o trabalho

Foto: TV Vitória
Os funcionários da unidade de saúde do bairro Grande Vitória, na Capital, suspenderam as atividades depois que uma assistente social foi agredida por um travesti. Eles reclamam da insegurança no ambiente de trabalho.
Segundo os funcionários, o paciente teria chegado a ameaçar a servidora por não ser apontado como do sexo feminino no Cartão do Sistema Único de Saúde (SUS).  A colega da vítima, Mércia Macedo, conta como tudo aconteceu. “Ela queria que a identificação estivesse de uma forma que a gente não tem como mudar. Ela não aceitou isso, partiu para a ignorância, rasgou o documento e esfregou no rosto da funcionária, além de ameaçá-la de morte”, disse.
Ainda de acordo com Mércia, depois da agressão, a assistente social registrou o caso na delegacia, e foi embora. É o quinto servidor que, só neste ano, abandona a unidade por medo. “Teve um médico que foi ameaçado por uma paciente, um auxiliar administrativo já teve o carro todo riscado, uma auxiliar de laboratório também foi agredida e outra médica teve a sala invadida e também abandonou o serviço”, relata.
O ocorrido com a assistente social não foi o único registrado na unidade de saúde. A enfermeira Valeska Fernandes conta que já foi agredida duas vezes. “Eu já precisei entrar em luta corporal com a paciente para poder tirá-la de dentro do consultório, para poder me proteger e proteger uma criança, a mãe e uma funcionária. Eu quase fui agredida com uma bengala”, disse.
A saída dos servidores deixa os moradores sem atendimento na unidade de saúde e mobiliza a associação de moradores do bairro Grande Vitória. De acordo com o presidente da Associação de Moradores do bairro Grande Vitória, Ismael de Lima, os casos de agressão serão discutidos com os moradores. “Nós temos a proposta de uma moradora para a gente reunir a população, tanto aqui do bairro Grande Vitória, como a do bairro Estrelinha, Universitário e Inhanguetá, para conversarmos sobre essa agressão, que isso não deve ser feito, é um prejuízo muito grande para a sociedade”, afirma.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o atendimento foi interrompido apenas durante a manhã desta terça-feira (10), mas os servidores realizaram serviços de acolhimento e orientação aos usuários.
Ainda segundo a nota, uma reunião entre a Secretaria Municipal de Saúde, servidores e comunidade está marcada para esta quarta-feira (11), para discutir a importância de manter a tranquilidade no local.