Por Andressa
Rodrigues
A atuação dos movimentos sociais foi componente de grande importância nas mudanças da realidade política e social de diversos países em todo o mundo. Melhorias na vida do trabalho, conquista de direitos, derrubada de regimes políticos autoritários são exemplos evidentes da importância da articulação dos indivíduos, que rompendo o isolamento e o individualismo, conseguem mobilizar ações com grande capacidade de pressão.
Dentro de uma abordagem clássica esses movimentos sociais estão
associados majoritariamente à exploração da força de trabalho e às
desigualdades produzidas por ela, o que demandava principalmente a luta por políticos
sociais e direitos trabalhistas.
Esse novo contexto ocasiona o surgimento dos denominados “novos
movimentos sociais” que se caracterizam basicamente por possuírem,
diferentemente dos antigos movimentos sociais, um modelo teórico baseado na
cultura, que concebe os sujeitos como atores sociais e destacam a política como
dimensão da vida social. Além disso, é importante relatar que eles refutam a
ortodoxia marxista, e busca uma nova forma de fazer política e relacionar-se
com o Estado, dispensando o caráter clientelista que marcam as antigas
relações. Trava-se agora uma luta pelos direitos sociais. Essa correlação
íntima com o poder estatal é substituída pela utilização da mídia e protestos,
entre outros meios de pressionar o Estado. (GOHN, 2007).
As novos Formas Organizativas dos movimentos sociais abrem espaços para
atores sociais e culturais que não estavam na cena pública e não tinham
visibilidade, como as mulheres, negros, jovens, índios e outros (GONH apud
BRASIL 2011).
Gohn destaca também a influência dos movimentos sociais na criação dos
Conselhos de políticas públicas originários da Constituição Federal ou mesmo os
conselhos comunitários. Esses espaços apresentam grande importância política,
pois possibilitam a participação popular nas decisões do Estado, constituindo
um forte instrumento de controle social competente para acompanhar todo o ciclo
de formação das políticas públicas.
Constituem também um lócus de intensa disputa de interesses presentes no
interior da sociedade civil e do Poder Público. Ressalta-se que a composição da
sociedade civil é heterogênea, englobando movimentos sociais, ONG’s,
representações empresariais, igrejas, os quais estratégias a fim de
potencializar sua capacidade de pressão sobre os agentes públicos e influenciar
na formação agenda a ser cumprida pelo Estado.
Dessa forma, os movimentos de gênero estão inseridos nessa nova
configuração dos movimentos sociais. A sua capacidade de articulação e inserção
midiática são essenciais no atendimento de suas demandas, especialmente no que
se refere à construção de políticas afirmativas capazes de desconstruir o
processo histórico de desvalorização de determinados grupos sociais, a exemplo
das mulheres e negros.
Concluísse que as formas organizativas dos movimentos sociais têm papel
relevante na mobilização da sociedade e no acesso universal aos direitos de
cidadania em sua integralidade. A participação social é o caminho para a
cidadania e para viabilização de uma redefinição inovadora no cenário político
e cultural no Brasil, que assegurará um país mais justo, menos preconceituoso e
desigual.
Referências Bibliográficas:
BRASIL. Políticas Públicas e promoção da Igualdade. Módulo
I. Brasília: Secretaria de Políticas para Mulheres, 2010.
GONH, Maria da
Glória. Teoria dos Movimentos Sociais: Paradigmas Clássicos e
Contemporâneos. 6.ed. São Paulo: Loyola, 2007.


Nenhum comentário:
Postar um comentário