Por Maressa Fernandes Valentim Vidal
"Ocupar ruas e
praças por liberdades e direitos!”
Neste domingo, 07 de
setembro, quando se comemora o Dia da Independência do Brasil, será realizado o
20° Grito dos Excluídos, manifestação popular organizada em conjunto pelos
movimentos sociais brasileiros e as pastorais da Igreja Católica. De acordo com
Rosilene Wansetto, membro
da Coordenação Nacional do Grito, a edição deste ano tem como objetivo
conscientizar a sociedade acerca das violações de direitos que os movimentos
reivindicatórios brasileiros vêm sofrendo desde a deflagração das Jornadas de
Junho, ocorridas em todo o Brasil em 2013.
"Temos que ocupar as
ruas contra a repressão, a violência do Estado, protestar contra as prisões de
lideranças [dos movimentos sociais], mas não só contra isso, contra o
extermínio das populações pobres da periferia, as arbitrariedades da polícia...
A rua sempre foi um espaço de manifestação, nossa democracia foi conseguida nas
ruas. Foi esse conjunto de fatores que envolvem o Grito que nos levou ao tema
deste ano”, afirma Rosilene, em entrevista à Adital.
A atual edição será
realizada em cerca de 1 mil cidades em quase todo o Brasil, faltando
confirmação apenas dos estados do Maranhão, Tocantins, Acre e Distrito Federal.
Além das mobilizações de rua, o Grito envolverá palestras, debates e
apresentação de propostas. "O mais importante é estarmos ocupando espaços
para que o 07 de Setembro não fique marcado apenas pelos desfiles [militares],
mas também pelas mobilizações populares em busca de direitos”, acrescenta a
militante.
Votos por reforma política
Além dessa pauta, o Grito
está apoiando o Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva, com a coleta
de votos que está acontecendo no Brasil durante esta Semana da Pátria (1° a 7
de setembro). O objetivo é pressionar o Congresso Nacional a promover uma
reforma política no Brasil.
Para Dom Pedro Luiz
Stringhini, bispo da cidade de Mogi das Cruzes (Estado de São Paulo), em
declaração divulgada no Portal RBA (Rede Brasil Atual), o Congresso Nacional
brasileiro não representa os interesses das populações mais pobres, mas sim os
dos grandes conglomerados empresariais (nacionais e estrangeiros) financiadores
das campanhas políticas. "É preciso uma Constituinte à parte e autônoma,
como também mobilização popular”, afirmou o bispo.
Mobilização por direitos
Reflexo das manifestações
de junho de 2013 por uma política mais participativa, o endurecimento às
reivindicações dos movimentos sociais no Brasil foi tema de entrevista na Aditalcom Rafael Custódio, da
organização não governamental (ONG) Conectas Direitos Humanos Confira
aqui).. "A quem interessa que as pessoas tenham medo de protestar?
(...) [Com relação aos protestos de junho de 2013] Houve uma coisa
interessante, as pessoas entenderam que ir para as ruas faz parte do exercício
da cidadania, que participar de uma democracia não é só votar de quatro em
quatro anos”, afirmou Custódio.
Em entrevista ao Portal da
Arquidiocese da cidade de Mariana (Estado de São Paulo), Padre Marcelo
Santiago, coordenador da Dimensão Sociopolítica da Arquidiocese, ressaltou a
importância da participação e mobilização de todos: "Sonhamos com a
construção de tempos melhores para o nosso povo, a partir dos mais pobres e
excluídos, na linha dos debates da 5ª Semana Social Brasileira. Para isso é
necessário entrar em campo, ‘ocupar as ruas e praças’, e participar, de forma
patrioticamente ativa, nas decisões em prol de um Brasil mais justo, solidário,
sustentável e fraterno”.
Para Rosilene, a
expectativa para a edição deste ano do Grito é promover um bom debate e atrair
grande número de pessoas para se mobilizar nas ruas e comunidades. "Temos
que nos encontrar [nos espaços públicos] e levantar nossa bandeira por um
Brasil mais justo, sem exclusão. Um País diferente, mais solidário, que não
promove violações aos direitos das pessoas” afirma.
Paulo Emanuel Lopes
Especial para ADITAL.


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