componentes do grupo

Componentes com junção dos grupos 2 e 6: Ana Elisa Souza Carao, Andressa Rodrigues, David Felberg, Poliana Trindade Linhares, Maressa Fernandes Valentim Vidal, Rodrigo Rodrigues Hortelan e Thatianne Trajano Da Silva

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Movimento sociais do campo cobram realização da reforma agrária em São Mateus.

Mobilização no município reuniu mais de 800 pessoas em caminhada da BR 101 à sede da Receita Federal.

POR MARESSA FERNANDES VALENTIM VIDAL

Os movimentos sociais do campo participaram de manifestações em São Mateus, no norte do Estado, nesta quinta-feira (16), que têm como principal foco exigir celeridade nos processos de reforma agrária do município. Nesta mesma data, é comemorado o Dia Internacional da Soberania Alimentar, ou Dia Mundial da Alimentação, como foi instituído pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). A reforma agrária, como lembra o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), é um dos processos necessários para que seja alcançada a soberania alimentar.

Na manhã desta quinta-feira, mais de 800 militantes fizeram uma caminhada da BR 101, do ponto conhecido como Maria Amélia, e percorreram as principais avenidas do centro de São Mateus, até a sede da Justiça Federal. Lá, fizeram um ato exigindo celeridade nos processos de reforma agrária. Um dos objetivos da caminhada e do ato foi aproximar da população urbana e das autoridades a importância da reforma agrária para a ampliação da produção camponesa e, com isso, o aumento da produção de alimentos saudáveis, sem agrotóxicos e respeitando especificidades regionais e ambientais.
 Após o ato na Justiça Federal, os militantes fizeram nova caminhada até o Lions Clube, onde é realizada na tarde desta quinta-feira uma audiência pública com o Ministério Público Federal (MPF) sobre a reforma agrária no município. Os militantes são, em maioria, ligados ao MPA, ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), à Via Campesina, à Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa (AS-PTA) e componentes de populações tradicionais, como quilombolas e pescadores.
 A soberania alimentar é o direito de todos os povos de produzirem e comerem seus próprios alimentos, mantendo sua cultura alimentar e produzindo com respeito ao meio ambiente e às populações vizinhas. Neste ano, o foco das mobilizações é a agricultura familiar, sob o lema “alimentando o mundo, cuidando da terra”, como foi definido pela FAO. 
 A agricultura familiar, como apontaram os militantes do MPA, tem importante papel na erradicação da fome e da pobreza, sendo o principal responsável pelo Brasil ter saído do “Mapa da Fome” da FAO, em setembro deste ano. Segundo os números do organismo internacional, o Brasil não possui mais problemas endêmicos ou estruturais relacionados à fome. No país, 70% dos alimentos consumidos pela população provêm da agricultura familiar.
 Em São Mateus, as principais terras requeridas pelo MST e pelos demais movimentos do campo são as fazendas Primavera, Floresta e Texas, que totalizam 1.620,3 hectares e  desde 2009 aguardam decisão da Justiça Federal. A Primavera espera o resultado da vistoria que, de acordo com militantes do MST, pode demorar até seis meses. Já as Floresta e Texas somente aguardam a decisão judicial para serem destinadas à reforma agrária.

Debate

Também como parte da Jornada Nacional de Lutas por Soberania Alimentar, na manhã desta quinta os camponeses ligados ao MPA realizam na cidade de Pancas, noroeste do Estado, debate sobre a soberania alimentar e o papel do campesinato. Na ocasião, foi servido café da manhã com comidas típicas camponesas.

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