componentes do grupo

Componentes com junção dos grupos 2 e 6: Ana Elisa Souza Carao, Andressa Rodrigues, David Felberg, Poliana Trindade Linhares, Maressa Fernandes Valentim Vidal, Rodrigo Rodrigues Hortelan e Thatianne Trajano Da Silva

domingo, 19 de outubro de 2014

Vítima de racismo, ex-secretária recebe apoio de movimentos sociais

POR ANDRESSA RODRIGUES

Representantes de entidades de combate à intolerância étnica cobram punição dos PMs acusados de agredirem a advogada Josefina Serra
Ativistas dos movimentos negros do Distrito federal prestaram solidariedade à ex-secretária de Promoção da Igualdade Racial do DF e advogada Josefina Serra, 53 anos. Ela alega ter sido discriminada por um grupo de policiais militares e denunciou o caso ontem à corregedoria da corporação. Pelo menos cinco entidades representativas exigem rigor na investigação do caso. “Foi uma atitude violenta. Queremos que as autoridades tomem providências para punir os responsáveis. Ela fez certo e não se calou. Mesmo sofrendo com a agressão, denunciou. Só assim seremos ouvidos”, comentou Júlia Bertó, integrante do Movimento Negro Unificado (MNU).
Ainda abatida com a situação vivida no último dia 7, Josefina se lembrou dos momentos de discriminação racial. Por volta das 18h30, a advogada passava pelo Museu Nacional em direção à Esplanada dos Ministérios, quando viu um grupo de militares abordando três jovens, entre eles, um negro. Segundo a advogada, os policiais continuaram a abordagem somente com esse adolescente. “Observei a situação e continuei andando. Gritavam com o garoto e, quando ele foi liberado, o aconselhei a ir para casa. Percebi que estavam agindo de forma preconceituosa, afinal tinham liberado os outros”, conta.
Em seguida, os policiais teriam abordado Josefina, com grosseria. “Eles ordenaram que eu parasse, senão iam atirar. Perguntei o que tinha acontecido e uma agente respondeu que era uma operação padrão e que pessoas como eu deveriam estar acostumados com esse tipo de tratamento. Questionei se se tratava da minha cor e ela disse que eu estava livre para interpretar como quisesse.” A advogada relatou que os militares agiram de forma truculenta. “Jogaram meus pertences no chão e ainda levantaram a minha blusa; chamaram-me de neguinha abusada e avisaram que não adiantaria eu reclamar, pois ali não tinha câmera e muito menos testemunhas para me apoiar”.
Apesar da violência, Josefina somente compareceu à delegacia para denunciar o caso, na última segunda-feira. Ela foi a primeira titular da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, entre 2011 e outubro de 2013. Mesmo com toda a experiência, Jô, como é mais conhecida, disse que se sentiu acuada frente à ação dos PMs. “Eu já sofri preconceito, mas nenhum como esse. Foi de uma enorme truculência. Fiquei sem reação e com medo”, contou, emocionada.
O secretário-geral da Polícia Militar, coronel Marcos Araújo, que também é negro, qualificou de “inadmissível” a conduta dos policiais, com base no depoimento da vítima. “É uma situação atípica, pois isso não é normal na corporação. Repudiamos qualquer ato desse cunho. Vamos abrir um procedimento investigativo para apurar a veracidade dos fatos, e coletar as imagens das câmeras de segurança na região. Ela tem o número da viatura, e qualquer dado a mais vai ajudar nessa apuração. Todas partes envolvidas serão ouvidas”, explicou.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/brasil/2014/10/16/interna_brasil,536562/vitima-de-racismo-ex-secretaria-recebe-apoio-de-movimentos-sociais.shtml. Acessado em 17/10/2014

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