Sexta-feira,
29 de agosto de 2014
28/08 às
15h24
Por Andressa Rodrigues
O secretário de Segurança Pública do Estado do Rio, José Mariano
Beltrame, põe em prática os ensinamentos dos governadores Pezão/Cabral em
criminalizar os movimentos sociais. Ao falar que as Associações de Moradores
das favelas do Rio são responsáveis pelas proibições de campanha de alguns
candidatos ao governo do estado o secretário afirma que todo favelado é
criminoso.
Beltrame alegou que as associações de moradores
estão por trás de ameaças sofridas por candidatos, e não a milícia ou o tráfico
de drogas. Suas alegações são sem fundamentos ou provas. A intenção desse senhor é
reproduzir as práticas repressivas que os professores sofreram ao reivindicar
seus direitos trabalhistas.
Quem não
se lembra da truculência que a Polícia Militar utilizou para reprimir as
manifestações dos profissionais de educação do Estado? Quem não se recorda do
abuso de poder da PM ao reprimir as manifestações que sucederam os movimentos
históricos de 2013? Quem não se recorda das inúmeras prisões arbitrárias dos
manifestantes neste ano?
Quando um secretário de Segurança faz uma afirmação
dessas, ele está colocando em xeque toda a representatividade que os moradores
têm em suas lideranças nas associações de moradores. Para informar esse senhor, as
associações são entidades privadas e com caráter jurídico com seus respectivos
filiados, sendo contribuintes mensais e com frutífero acompanhamento de
reuniões.
Se por
ora algum candidato for ameaçado na favela, a culpa é da ineficiência do Estado
e do modelo de segurança pública que foi implementado. Se os poderosos senhores
das UPPs querem jogar a culpa nas associações de moradores, é preciso provar
juridicamente quem são os culpados. Tirar as responsabilidades de suas mãos é
desculpa para criminalizar o pobre da favela.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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