Escrito por Rodrigo
Qua, 20 de Agosto de 2014 15:42 - Última atualização Qua, 20 de Agosto de 2014 15:59
Por
Ana Elisa S.Carão
Nos últimos
anos, o Conjunto CFESS-CRESS tem se juntado a diversos movimentos sociais e
sindicatos na luta por uma educação pública, gratuita, laica, presencial e de
qualidade para toda a população brasileira. Lançou campanhas e aderiu a
diversas outras, apoiou a greve dos trabalhadores e trabalhadoras da área e
assumiu como bandeira a luta pelos 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na
educação pública.
Por isso, o
CFESS participou, entre os dias 7 e 9 de agosto, do Encontro Nacional de
Educação (ENE), realizado no Rio de Janeiro (RJ). Organizado pelo Comitê
Executivo Nacional da Campanha pelos 10% do PIB para a Educação Pública, Já!, o
evento reuniu mais de 2 mil pessoas para discutir ações de luta em resposta ao
processo de aprofundamento da precarização e mercantilização da educação
pública no Brasil.
Construído
como uma alternativa à Conferência Nacional de Educação (Conae), o Encontro
abriu discussões que tiveram como eixo central a crítica ao Plano Nacional de
Educação (PNE), já que o documento reforça a política de privatização da
educação que, ao invés de repassar 10% do PIB exclusivamente para o ensino
público, destina o recurso também para as empresas privadas. “Um favorecimento
explícito à mercantilização da educação e à lógica do capital”, resumiu conselheira
do CFESS Erlenia Sobral, que participou do evento e sua organização. Ela e
Solange Moreira representaram o Conselho Federal no evento.
Para
Erlenia, o encontro marcou a unidade na luta dos movimentos de esquerda no
campo da educação e a internacionalização deste debate. “Os trabalhos expressos
nos relatórios dos grupos de discussão deram importantes indicativos de novos
parâmetros para a educação”, afirmou. Das propostas, ela destacou a realização
da segunda edição do ENE, em 2016, e a construção de comitês estaduais em
defesa da escola pública. “Foi uma decisão acertada do CFESS ao contribuir e
participar deste evento, que se tornou um marco de resistência ao conteúdo
privatista do PNE e alimentou esperanças quanto à materialização da unidade da
luta da esquerda”, completou.
A
participação de assistentes sociais no Encontro Nacional de Educação, inclusive
na sua organização, revela a importância de a categoria ocupar estes espaços de
discussão, tendo em vista que as formas de expressão da desigualdade social se
revelam na medida em que as políticas sociais não atingem toda a população.
“Neste
sentido, o analfabetismo ou outras formas de limitação, ou privação ao conjunto
de objetivações culturais que a classe trabalhadora é submetida, são claras expressões
da questão social. A
apropriação que o capital faz da Educação como nicho mercadológico prende um
direito social universal aos interesses do empresariado”, explica Erlenia.
Segundo a conselheira do CFESS, este aspecto contribui claramente para disputa
ideológica, dado que“burguesia imprime sua marca no conteúdo da escola, da
universidade e inibe o acesso universal”. “A população usuária do Serviço
Social é, obviamente, vítima deste processo. E não só essas pessoas, mas também
a própria categoria quanto ao direito de uma formação profissional em acordo
com as diretrizes curriculares. O Serviço Social é um dos cursos de graduação
mais atingidos pela precarização na formação”, finalizou.
REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA
http://www.cresses.org.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=913:encontro-de-educacao-diz-nao-para-mercantilizacao-da-area&catid=40:noticias&Itemid=89.
Acessado em 23 de agosto de 2014.


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